No passado sábado eu, Miss Modas e um casal de amigos combinamos um jantar na Baixa Portuense, num dos mais proeminentes e badalados restaurantes da cidade, o “Clérigos”.
Permitam-me antes de qualquer outra coisa, explicar e esclarecer que não sou nem pretendo ser um crítico gastronómico, pretendo apenas partilhar convosco a minha perspectiva enquanto cliente, baseada em 3 visitas – refeições que fiz neste restaurante.
A localização dificilmente poderia ser melhor, para um restaurante que não é de Praia nem tão pouco voltado para o Rio Douro. Trata-se sim, de um restaurante localizado no coração do centro da cidade, vizinho da cada vez mais badalada noite portuense. Durante o dia, convive com ícones turísticos e históricos da cidade como, a Torre dos Clérigos e a Livraria Lello e Irmão. Em suma, apenas pela sua localização tem garantido movimento quer para almoços, quer para jantares.
O restaurante tem uma mistura de conceitos que vai, desde os tradicionais Petiscos, Sushi, Cafetaria e Brasserie (espero não ter esquecido algum). Muito abrangente e interessante.
Usufrui ainda de um enorme parque de estacionamento municipal, subterrâneo estando este conectado com outros localizados nas praças vizinhas a esta.
Até aqui tudo bem.
Assim que estás em frente ao restaurante, começam as dificuldades. Por qual das portas entrar? Eu nunca sei, entro sempre à sorte… Na visita anterior, a Miss Modas tinha entrado antes de mim, e claro como também foi à sorte… tive azar e ela estava no lado oposto do terraço, que é do mesmo restaurante mas tem uma divisão ao meio, ainda hoje não sei para que serve a mesma, lá tive eu que contornar a sala de jantar e entrar no mesmo terraço onde estava anteriormente mas por outra porta.
A decoração e apresentação do espaço é muito agradável, condizente com o estatuto que este reclama, contudo também aqui algo vai mal. Uma vez lá dentro, estás com se costuma dizer, “Em terra de ninguém”, não tens de forma instintiva ninguém a quem te dirigir, nem onde permanecer e aguardar que te venham receber, para posteriormente te dirigirem à tua mesa antecipadamente reservada, ou não. É conveniente repensar a organização – distribuição da sala.
Ok, depois de algum embaraço no início, principalmente pelo desconforto de não saberes para onde te deves dirigir ao entrar, lá vieram ao nosso encontro e encaminharam-nos simpaticamente para a nossa mesa.
Depois de confortavelmente instalados à mesa no interior de uma das salas do restaurante, foi-nos perguntado se querias algo para beber, água foi o denominador comum, tendo um de nós escolhido Gin como aperitivo. A água foi imediatamente servida, mas só naquela ocasião, em momento algum voltaram a reabastecer qualquer um dos copos. De seguida apresentaram o Menu, cada um a seu gosto e individualmente escolheu o que queria. Seleccionamos uma garrafa de vinho para acompanhar a refeição. Neste momento aparece um dos empregado de mesa a perguntar o tipo de Gin pretendido, lá foi feita a escolha (pergunto, isto já não devia ter sido feito previamente por quem nos atendia?).
Palavra puxa palavra a conversa foi desenrolando sem que déssemos pelo tempo passar… Entretanto lá aparece o desejado Gin e para nosso espanto logo de seguida a garrafa de vinho – Bye Bye Gin.
Para uma casa que se distingue também pela alargada e qualitativa oferta de vinho, eu esperava que pelo menos este fosse dado a provar, mas não… O primeiro copo a ser servido foi literalmente afogado… Quem nos servia só se apercebeu daquilo que tinha feito quando peguei no copo, provei (não sou enólogo nem tenho pretensões a tal) e disse que podia ser servido.
Vinho “entornado”, perdão, servido… Eis que logo de seguida servem a refeição principal… – Farewell Gin!
Iniciamos as hostilidades. Escolhi um T-Bone… Para quem não sabe o que é, posso apenas dizer para um apreciador de carne é algo muito especial. O prato estava apresentado de forma irrepreensível, tempero aromático com ervas fantástico, cozinhado no ponto, mas completamente desprovido de sal. Sei que este em momento algum deve ser utilizado ao ponto de retirar ou sobrepor-se ao sabor autêntico da carne, mas aqui não havia pitada de sal, creio que antes da carne ser cozinhada deverá ser temperada com sal, q.b. Não foi certamente o caso, isto porque no último jantar que lá tinha feito, escolhi o mesmo prato e não dei pela falta do sal.
Felizmente foi caso único uma vez que os restantes pratos à mesa estavam irrepreensíveis!
Para sobremesa, a escolha foi Tarte de Maçã com Bola de Gelado a dividir por dois, isto de manter a forma não vai lá só com conversa, estava divinal. Os nossos amigos, também cuidadosos com a silhueta em especial a futura mamã, escolheram Fondant de Caramelo, que por sinal não ficava a dever nada à nossa escolha.
Seguiu-se o café para encerrar o jantar muito agradável, quer pela companhia quer qualidade da refeição. Contudo deixo como nota negativa e tanto quanto sei não sou a única pessoa a ter esta opinião, o atendimento tem que ser urgentemente revisto, inadmissível para um restaurante deste nível.
*Sir Modas*
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